quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Prevenção à Leishmaniose reúne moradores na Horta Comunitária do Ceasa

 Veterinários da Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde tiraram dúvidas sobre a doença

O controle da leishmaniose em Marília passa pela Educação em Saúde, junto à população. Equipe da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Divisão de Zoonoses, realizou na tarde desta quarta-feira (07) um encontro com moradores do bairro Santa Antonieta e adjacências, na Horta Comunitária Vinha do Senhor. Foi possível tirar dúvidas sobre a prevenção, ciclo de transmissão, sintomas e riscos da doença.

O encontro foi idealizado pelo serviço especializado, em parceira com os supervisores de saúde, agentes comunitários de saúde, direção da horta comunitária, Ceasa e vereadores que moram na região. Cerca de 50 pessoas de vários bairros participaram.

Os veterinários Lupércio Garrido e Ticiana Donatti dos Reis, que integram a equipe da Divisão, explicaram a relação da doença com a limpeza dos quintais e cuidados com os cães. Também alertaram para o impedimento de animais de criação (galinhas, porcos e outros) na área urbana.

Os veterinários Lupércio Garrido e Ticiana Donatti dos Reis, da Divisão de Zoonoses
“O ambiente, onde são mantidas estas criações, é propício para a proliferação do flebótomo (mosquito palha). Esse pequeno inseto bota seus ovos no meio da matéria orgânica e tem preferência pelo sangue dos animais, onde se contamina e depois vai contaminar o homem e os cães”, explicou Garrido.

Ele destacou o risco à saúde pública, que faz a atividade não compensar. “Não vale a pena insistir em manter um galinheiro, um chiqueiro, sob pena de favorecer a morte de uma pessoa. É uma questão lógica. Precisamos nos adaptar a realidade dos dias atuais”, disse o veterinário.

Ticiana dos Reis lembrou que, além de fazer a limpeza dos quintais, também é necessário ficar alerta com os cães. Segundo ela, o meio mais eficaz de proteção é a coleira com produto repelente. “É importante manter a posse responsável. Jamais ter mais animais do que se pode criar, não deixar solto na rua e ficar alerta aos sintomas”, alertou a veterinária.

A dona de casa Ana da Silva Kauffman, 70 anos, mora no JK e diz que o bairro já está melhor, em relação há alguns anos. “Acho que as pessoas estão mais atentas. Está sendo feita a limpeza, com recolha desses materiais orgânicos, então está bem melhor”, afirma a idosa, que gosta de animais domésticos e os conserva protegidos.

Ana Kauffman, 70 anos, mora no JK e diz que o bairro condições de limpeza estão melhores
Os vereadores Cícero Carlos da Silva, o “Cícero do Ceasa”; João do Bar e Wilson Damasceno (presidente do Legislativo) participaram do encontro, que contou também com a presença do presidente da Horta, Daniel Scalco.

Conforme a equipe da Divisão da Zoonoses, novos encontros estão programados para ocorrer com a comunidade nos demais bairros que fazem parte da área de transmissão de leishmaniose em Marília, na zona norte da cidade.

No mês de março, o caminhão da campanha de combate à leishmaniose continuará na região. Os materiais orgânicos continuarão a ser coletados às segundas, quartas e sextas-feiras no Jardim Santa Antonieta e Renata; às terças-feiras no JK e às quintas no Alcides Matiuzzo e Jânio Quadros. O Jardim Renata será atendido após a conclusão no bairro vizinho.

Não serão recolhidos móveis e outros utensílios de uso doméstico não relacionados aos riscos para leishmaniose. Para esse tipo de material, haverá mutirão específico durante o ano, com datas a serem divulgadas pela Prefeitura.

A LEISHMANIOSE

A leishmaniose contamina o homem através da picada de um inseto que não depende de água parada para reprodução, mas de material orgânico. Folhas, galhos secos, fezes de animais, fartamente encontrado em muitos quintais, são ambientes propícios para a reprodução do “mosquito palha”. 

Locais com chiqueiros e galinheiros potencializam o aumento deste inseto, que costuma picar animais domésticos para se alimentar. 

É dessa forma que o cão pode torna-se hospedeiro do parasita e desenvolve a doença, participando do ciclo para a contaminação de outros mosquitos e de seres humanos. 

SINTOMAS

A Leishmaniose, em humanos, causa febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, aumento do fígado e do baço (hepatomegalia e esplenomegalia), anemia e palidez, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode provocar a morte em mais de 90% dos casos.

Em cães, podem ocorrer perda de peso, falta de apetite, apatia, feridas de pele que não cicatrizam, feridas nas orelhas, lesões oculares, falta de pelo entorno dos olhos. Nos casos em que os rins são afetados, os animais bebem muita água e urinam em grande quantidade. Os sintomas também demoram a surgir nos cães, que podem transmitir a doença mesmo sendo assintomáticos.

Mais informações podem ser obtidas nas unidades de saúde do município, ou por meio do telefone (14) 3401-5400, junto à Divisão de Zoonoses.

Fotos: Júlio César de Carlis

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