terça-feira, 26 de setembro de 2017

Médico do município alerta para a Câncer de Mama; ambulatório soma mais de 8,1 mil atendimentos

Carlos Giandon, mastologista; responsável pelo ambulatório

 Mastologista Carlos Giandon explica como a cidade conseguiu estruturar uma rede integral de serviços


Todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e unidades do programa ESF (Estratégia Saúde da Família) de Marília são porta de entrada para o atendimento à mulher, para acesso à rede que oferecer prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Um dos elos dessa corrente é o Ambulatório de Patologias Mamárias, que funciona no bairro Alto Cafezal. Médico responsável pela unidade, o mastologista Carlos Giandon alerta para a doença e explica como funciona o atendimento.

O câncer de mama, quando detectado na fase inicial (tumores de até dois centímetros e com menos de dois anos) tem probabilidades de cura acima de 75%. Em alguns casos, a chance de sucesso no tratamento chega a 90%. O dado é positivo, mas nem sempre esse diagnóstico precoce acontece.

O ambulatório, equipado com aparelho de ultrassom e estrutura para biópsia, é considerado atendimento secundário. Já a rede básica é classificada como primária. É onde as mulheres são atendidas diariamente, com queixas ou não, que podem indicar a suspeita da doença.

Essa estrutura foi conquistada em 2007, por meio da parceria entre a Prefeitura de Marília e Santa Casa de Misericórdia de Marília, mediante aprovação de projeto e financiamento do Instituto Avon. Durante esse período, o ambulatório já realizou um total de 8.132 atendimentos, além de 4.972 exames de ultrassonografia, 101 biópsias. Foram confirmados 66 casos da doença.

Ambulatório especializado funciona na UBS Alto Cafezal
Carlos Giandon participou da estruturação do serviço e afirma que, com o ambulatório e a capacitação da rede básica, somada aos dois hospitais (Santa Casa e HC) referenciados pelo Sistema Único de Saúde para atender as mulheres com diagnóstico positivo, Marília tem uma situação diferenciada em relação a grande maioria dos municípios.

“O tempo entre a consulta na unidade de saúde próximo de casa e o tratamento hospitalar, quando necessário, é bastante curto em nossa cidade, como deve ser. Por isso é importante que seja feito o acompanhamento. O autoexame e o exame clínico são muito importantes”, afirmou o médico.

Giandon afirma que, apesar do aumento do número de novos casos, as mortes têm se mantido estáveis. Em Marília, segundo o médico, entre 20 e 25 mulheres morrem por ano com a doença. Um dos motivos de não haver aumento na mortalidade, é o avanço no diagnóstico precoce.

Entre as principais causas do crescimento da incidência estão sedentarismo, obesidade, uso indiscriminado de terapias hormonais, aumento do número de mulheres sem filhos e mães (de 1º filho) após os 30 anos, além de deixar de amamentar. Os últimos fatores citados estão relacionados à exposição a hormônios.

PREVENÇÃO

O Ministério da Saúde preconiza que o exame clínico das mamas deve ser feito anualmente, já na mesma consulta em que a mulher realizar o papanicolau. Pode ser feito por um médico ou por enfermeira treinada. Além disso, a partir dos 20 anos, é importante fazer o autoexame das mamas uma vez por mês, logo após a menstruação.

Giandon explica que há ainda, como recurso para prevenção, a mamografia a cada dois anos, indicada pelo Ministério da Saúde para mulheres a partir dos 50 anos. Para quem tem casos de câncer de mama na família (irmã, mãe ou filha) antes dos 50 anos ou já teve em uma das mamas, o exame pode começar a ser feito aos 35.

“Em outubro acontece a campanha, a informação se intensifica, mas é importante lembrar do câncer de mama o ano todo. O assunto precisa ser conversado nas famílias, é necessário superar a desinformação e manter o cuidado com a saúde”, destacou o médico especialista.

CAMINHADA

Caminhada em 2014, organizada pelo Amigos do COM e Santa Casa
Para incentivar os eventos, a decoração e iluminação de espaços na cor rosa e as atividades de livre iniciativa, Marília promove neste sábado (30) a “Caminhada Outubro Rosa 2017”, com saída na rua Nove de Julho, em frente ao Camelódromo, às 09h30.

Basta comparecer, preferencialmente, com alguma camiseta ou adereço nas cores rosa ou branco. Haverá distribuição do laço símbolo da campanha. A proposta é uma manhã festiva, com música, animação e muita informação sobre o combate ao câncer de mama.

A ideia surgiu da reunião de dezenas de entidades e organizações, em encontro organizado pela Prefeitura de Marília, por meio das secretarias da Saúde e da Cultura. Os preparativos foram definidos em duas reuniões, coordenadas pela secretária municipal da Saúde, Kátia Ferraz Santana.

Por meio da Secretaria Municipal da Cultura, a Prefeitura de Marília está organizando um calendário unificado para facilitar a divulgação das ações. Entidades, órgãos públicos e empresas que farão atividades relacionadas neste mês podem enviar um e-mail para agendaculturalmarilia@gmail.com e informar nome do evento, data e hora, local, descrição breve da atividade, realização e telefone para mais informações (site ou telefone).

Texto: Carlos Rodrigues
Fotos: Julio César de Carlis e Reprodução Internet


CÂNCER DE MAMA - SINAIS E SINTOMAS

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são:

- Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;

- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;

- Alterações no bico do peito (mamilo);

- Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;

- Saída espontânea de líquido dos mamilos

As mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica ao identificarem alterações persistentes nas mamas. No entanto, tais alterações podem não ser câncer de mama.

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