quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sífilis é tema em ‘roda de conversa’ com profissionais da Atenção Básica

Iniciativa faz parte do programa de fortalecimento da Atenção Básica
Capacitação, em formato dinâmico, teve participação da médica Maria Cecília Cordeiro Dellatorre

Enfermeiras da rede básica que já passaram por capacitação e realizam o teste rápido, para diagnóstico de sífilis, participaram nesta segunda-feira (19) de uma “roda de conversa” sobre a doença na Secretaria Municipal de Saúde de Marília. 

A iniciativa faz parte do programa de fortalecimento da rede básica municipal, com atuação das médicas Maria Cecília Cordeiro Dellatorre e Maria Elizabeth da Silva Hernandes Corrêa. Desde o início do ano, elas trabalham com a equipe da Atenção Básica em ações de diagnóstico, valorização de recursos humanos, desenvolvimento de habilidades e melhoria dos serviços.

O encontro contou com a participação de 14 enfermeiras do programa ESF (Estratégia Saúde da Família) e oito profissionais que atuam nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). O grupo compartilhou experiências sobre os processos de trabalho e especificidades das regiões de atuação.

Dra. Cecília fez apresentação, remetendo histórico da sífilis
Maria Cecília fez uma apresentação, remetendo ao histórico da sífilis, uma doença sexualmente transmissível com avanço em vários países, inclusive no Brasil. Desde 2010, quando a notificação ao Ministério da Saúde tornou-se regra, foram notificados quase 228 mil novos casos no país.

Em Marília, foram notificados 125 casos de sífilis adquirida em 2016. Neste ano, foram 35. A sífilis  congênita (transmitida durante a gestação) teve 48 diagnósticos ao longo do ano passado e 27 em 2017. Os números relativos a este ano consideram o período entre 01º de janeiro e 21 de junho.

Os esforços também visam a notificação, tendo a informação como importante arma na saúde pública. Entre as medidas de combate à doença estão o incentivo à realização do pré-natal precoce (ainda no primeiro trimestre da gestação); ampliação do diagnóstico por meio de teste rápido; tratamento oportuno para a gestante e seu parceiro; incentivo à administração de penicilina benzatina, considerada o único medicamento seguro e eficaz na prevenção da sífilis congênita. 

Em Marília, os casos diagnosticados são tratados nas respectivas unidades básicas de saúde. O município também conta com o SAE (Serviço de Atendimento Especializado), para diagnóstico e tratamento de ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis e Aids.

SÍFILIS EM SP

Com diagnóstico e tratamento adequados às mães e aos parceiros, a sífilis congênita pode ser 100% evitada. Por isso, o alerta às gestantes. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, entre 1998 e 2011 foram notificados 12.089 casos de sífilis congênitas em São Paulo. Bebês podem ter má formação ou mulheres sofrerem aborto, em função da doença.

A taxa de incidência da sífilis no Estado apresentou aumento de 46% entre 2009 e 2010. Segundo o estudo do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, o crescimento tem como um dos fatores a melhoria no processo de notificação.

Texto: Carlos Rodrigues
Foto: Divulgação

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